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terça-feira, 21 de junho de 2011

Medicina e Direito são os cursos mais procurados na Mobilidade Interna

Novecentos e sete universitários da UFPA estão tentando mudar de curso. Eles disputam uma das 564 vagas disponíveis no Processo Seletivo à Mobilidade Interna 2011 (Mobin). A maior procura foi pelos cursos de Medicina e Direito Diurno, com 223 e 114 candidatos inscritos, respectivamente.

Os 907 candidatos inscritos disputam um total de 564 vagas. Cinquenta e sete delas para cursos localizados nos Campi de Abaetetuba, Bragança, Castanhal e Marabá. Além de Medicina e Direito, os cursos mais procurados são Odontologia (36 inscritos), Psicologia (33 inscritos), Direito Diurno (32 inscritos), Geologia (28 inscritos), Engenharia Civil (27 inscritos) e Enfermagem (22 inscritos). A relação completa com a demanda para cada curso do MOBIN está disponível no site do Centro de Processos Seletivos da UFPA (CEPS).

Os candidatos também já podem imprimir o cartão de inscrição pelo site do CEPS. O cartão de inscrição é o documento que habilita o candidato a realizar as provas. Nele constam, além dos dados pessoais dos estudantes, o número de inscrição, o horário e o local de realização das provas.

A prova está marcada para a manhã do dia 3 de julho, das 8h às 12h, e será composta por 40 questões de múltipla escolha envolvendo os conteúdos equivalentes ao primeiro ano dos cursos de graduação, conforme a área de conhecimento do curso pleiteado,  que pode ser filiado às Ciências Exatas e da Terra, às Ciências da Vida e da Saúde, às Ciências das Humanidades I e II ou à área de Letras, Comunicação e Ciências das Artes. O conteúdo programático para o Mobin 2011 está disponível no site www.ceps.ufpa.br.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Professores da UFPA podem elaborar questões para o Enem


A Universidade Federal do Pará é uma das instituições de ensino superior brasileiras que vão elaborar e revisar questões para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Os professores da UFPA que desejarem elaborar ou revisar itens para o Exame deste ano devem se cadastrar na base de dados, criada pelo Centro de Processos Seletivos da UFPA (CEPS), no endereço https://www.ceps.ufpa.br/prebni/. As inscrições terminam no dia 20 de junho.

A UFPA deverá enviar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no mínimo, cem questões para cada área do conhecimento do Exame, ou seja, Matemática e suas tecnologias; Linguagens, Códigos e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias e Ciências da Natureza e suas tecnologias. As questões poderão integrar o Banco Nacional de Itens do Instituto (BNI). O Inep selecionará os itens e pagará R$ 120,00 (Cento e Vinte Reais), referentes à elaboração, e R$ 60,00 (Sessenta Reais) pela revisão de cada questão selecionada pelo BNI.

Para participar do Banco, o professor da UFPA deve estar envolvido em atividades de ensino e de pesquisa, mas não precisa possuir uma titulação específica.Por questões técnicas e de sigilo, o docente que desejar elaborar ou revisar questões deverá fazê-lo na sede da Comissão Coordenadora do Programa de Elaboração dos Itens do INEP na UFPA, que funciona no CEPS, em Belém.

Para ter sua inscrição homologada, os docentes também devem participar de um curso de elaboração e revisão de itens para o Enem a ser oferecido pela Comissão Coordenadora do Programa de Elaboração dos Itens da UFPA. O curso deverá durar dois dias e deve ser realizado no período de 25 de julho a 4 de agosto. “Antes do BNI, o Instituto tratava diretamente com os professores sobre a criação e revisão de itens para a prova, a partir do Banco, este contato é institucionalizado e passa a ser mediado pelas universidades, ou seja, mesmo os professores que, eventualmente, já trabalhavam na elaboração e correção de questões para o Enem, agora, devem se cadastrar no BNI”, explica Marilucia Oliveira, coordenadora geral da Comissão.

A coordenadora acredita que o Banco Nacional de Itens do INEP é um passo importante na democratização da participação das Instituições de Ensino Superior Brasileiras no Enem. “As instituições que já haviam aderido ao ENEM solicitavam e demandavam uma participação mais efetiva e institucionalizada na construção do Exame. A possibilidade de elaborar itens para as avaliações é um avanço em direção a este objetivo.” Atualmente, a Universidade está elaborando um plano para execução das atividades do BNI e, ainda este mês, o reitor Carlos Maneschy assinará o Termo de Cooperação entre a UFPA e o Instituto.

Outros Concursos: O cadastro também será utilizado pelo Centro de Processos Seletivos da UFPA para selecionar professores que irão elaborar e revisar questões para os concursos e processos seletivos realizados pelo CEPS. “Daí a importância de preencher corretamente o cadastro, o item relativo à área e disciplina de interesse e de cadastrar um e-mail que o docente consulte com frequência”, solicita Marilucia Oliveira.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Todo o bandido tem etica


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D´Urso, repudiou na manhã desta sexta-feira (10) as declarações do advogado Jeferson Badan, que, na noite anterior, falou à imprensa que “todo bandido tem ética” e “em todas as profissões têm ética”. As frases foram ditas pelo defensor para justificar o motivo pelo qual o seu cliente, que confessou participação no assassinato do estudante da USP, Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, em 18 de maio, não iria entregar o comparsa, que teria atirado na vítima.


D´Urso classificou as frases de Badan como “infelizes” e afirmou que elas envergonham “toda a classe de advogados” porque comparou profissões com atividades criminosas. O caso sera levado à discussão na diretoria da OAB, que irá analisar se o advogado será advertido pelo que disse.


As declarações de Badan ocorreram durante entrevista coletiva à imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista, na noite de quinta-feira (9). Seu cliente, o comerciante Irlan Gracino Santiago, de 22 anos, tinha se apresentado à Polícia Civil e confessado participação no assassinato do aluno da USP, morto com um tiro na cabeça após reagir a uma tentativa de assalto no estacionamento da Faculdade de Econômia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo. Santiago e um comparsa queriam roubar o carro da vítima, que não foi levado.
Santiago foi indiciado pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) e liberado. Pela lei, ele pode responder ao processo em liberdade porque se apresentou espontaneamente, confessou o crime, não possui antecedentes criminais e tem residência fixa. O DHPP deverá pedir a prisão preventiva de Santiago após a conclusão do inquérito.


“Todo bandido tem ética. Vocé [reporter] é um cara experiente na area criminal e eu sei que você está fazendo essa pergunta simplesmente por fazer. Você sabe que em todas as profissões têm ética. Na sua profissão, se tiver um reporter na sua frente, a ética dele é dar espaço para você trabalhar”, havia dito o advogado Badan na quinta durante a entrevista com jornalistas. “Caguetas só tem um final: ou morrem fora ou dentro das cadeias”.


OAB vai apurar declaração de advogadoSegundo o presidente da OAB-SP, essas declarações foram infelizes.
“Essas frases recebem a nossa repulsa. Foi uma manifestação absolutamente infeliz ao estabelecer comparativo entre profissões honradas e dignas, que têm a ética, comparando-as com atividade criminosa, que não é profissão. É uma manifestação de violência à lei e ao próximo. Há uma confusão de princípios ao dizer que bandido é profissão. Ética é antagonismo do crime. Ética cultua valores do bem, da honestidade, da conduta correta. Um criminoso ao infringir a lei e provocar morte não tem nada a ver com ética. Não é nem comportamento antiético e comportamento criminoso”, disse D´Urso.


Ainda segundo o presidente da OAB-SP, o fato de o homem que confessou participação no crime do aluno da USP não querer revelar quem foi seu comparsa não pode ser confundido com ética. “Tem a ver com sentido de proteção ao comparsa”, disse D´Urso.


Segundo D´Urso, o caso será analisado pela diretoria da OAB-SP na reunião da próxima segunda-feira (13). “É uma manifestação infeliz e confusa”, explicou.


Apesar disso, o caso não será levado ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP. “É uma declaração que envergonha toda a classe de advogados, mas não fere nosso código de ética”, justificou.


Pedido de desculpasProcurado para comentar o assunto, o advogado Badan pediu desculpas na manhã desta sexta pelas declarações que fez durante entrevista coletiva concedida de quinta no DHPP.


“Falei frases infelizes e fui mal interpretado. Peço desculpas à família da vítima pelo que disse e a todos que se sentiram ofendidos. Na verdade eu quis dizer que todo bandido tem regras e não ética. Também quero esclarecer que bandido não é profissão. Bandido é bandido”, disse o advogado Badan, por telefone ao G1.


O crimeSegundo o advogado Badan, seu cliente e o outro criminoso escolheram a USP para roubar um carro no dia 18 de maio porque o filho de Santiago estaria passando por necessidades e porque lá tem pouca segurança e é escuro.
Ao chegar a USP, dupla teria atacado uma motorista do Ecosport prata. Ao perceber que ela tinha deficiência física, os criminosos desistiram de levar seu veículo e a obrigaram a dirigir por uma hora até encontrarem outra vítima.


Viram Paiva entrar no Passat blindado. Na versão de Santiago, a motorista ficou no carro com ele enquanto outro ladrão atacava estudante. Ao perceber o roubo, Paiva reagiu e deu socos no rosto do criminoso, que teria atirado. “Ele morreu porque foi para cima do meu parceiro e deu dois socos na cara dele. Ele ia tomar a arma e matar nós dois”, disse Santiago aos jornalistas.


O autor dos disparos teria voltado ao Ecosport e a motorista levou os dois para fora da USP. A mulher não foi localizada pelo DHPP para contar o crime.


Homem confessa crime e sorriPai do estudante morto na USP, o projetista Ocimar Paiva, de 52 anos, demonstrou revolta na quinta ao saber que Irlan, que confessou ter participado da morte de seu filho, não vai ficar preso por ter se apresentado espontaneamente à polícia. “Eu não perdoo, porque meu filho estava muito feliz, tinha sonhos, planos e foi executado”, disse.


Santiago falou aos jornalistas que não fugirá após a confissão. Ele também disse estar arrependido e que foi seu primeiro crime. “Pode falar para a família dele [do estudante] que estou arrependido. Tanto que estou aqui. Se é para pegar, vou pagar. Vou comparecer a toda intimação . Quero dizer para o meu filho que eu amo ele”, disse Irlan, que deixou o DHPP sorrindo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O panorama dos conflitos no Pará

Violência de milícias privadas, morosidade na realização da reforma agrária, favorecimento da elite latifundiária, criminalização e manipulação dos grandes meios de comunicação e complacência do poder público com a violência. Todos esses clássicos e tristes elementos da luta pela reforma agrária no país estiveram presentes nos últimos capítulos da tentativa de massacre de acampados do MST no Pará. No dia 18 de abril, oito trabalhadores foram pegos em uma emboscada por milícias armadas da fazenda Espírito Santo, pertencente à empresa Agropecuária Santa Bárbara que, por sua vez, pertence ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Dois foram gravemente feridos, mas passam bem.
O MST denuncia que há quatro anos o grupo vem comprando terras griladas. Em entrevista, Charles Trocate, integrante da coordenação nacional do movimento, no Pará, comenta a disputa de interesses no Estado: de um lado, o projeto popular, que defende a reforma agrária e a soberania sobre os recursos naturais. De outro, a exploração – nada sustentável – desses recursos por grandes grupos econômicos.
Trocate também comenta a recente tentativa de massacre, vendida pela imprensa corporativa como uma ação provocada pelos sem-terra. A versão foi desmentida pelo próprio repórter da TV Liberal, afiliada da TV Globo no Estado, Victor Haor. Ele prestou depoimento à polícia dia 27 de abril e negou que os jornalistas tenham sido usados como escudo humano ou mantidos reféns pelos trabalhadores, desmentindo a própria empresa para quem trabalha.
Quando e por que o MST começou a ocupar as fazendas do grupo Santa Bárbara?
Nos últimos quatro anos, a agropecuária Santa Bárbara comprou aproximadamente 800 mil hectares de terras. São 52 fazendas em 11 municípios do sul e sudeste do Pará, onde criam meio milhão de cabeças de gado; dizem eles que é o maior projeto de criação de gado do mundo. O problema é que essas terras são públicas, portanto, foram griladas; o verdadeiro dono é o Estado do Pará, quando não a União. Aí há dois fatores: primeiro que, independentemente de ser ligada ao Daniel Dantas ou não, é latifúndio e é da natureza do MST fazer enfrentamento ao latifúndio. Segundo, houve nesses quatro anos uma reconcentração fundiária e da exploração dos recursos naturais. E já está provado que o modelo econômico baseado na mineração e na grande fazenda é incapaz de resolver os problemas sociais que a região vive. Logo, nossa postura foi começar um grande mutirão de ocupações dessas terras, em especial da agropecuária Santa Bárbara, pois simboliza a concentração fundiária, além de que são terras reconhecidamente públicas. Esse mutirão começou pela fazenda Maria Bonita, a 22 quilômetros do município de Eldorado de Carajás, em julho do ano passado; no dia 28 de fevereiro de 2009 ocupamos a fazenda Espírito Santo e no dia 1º de março ocupamos a fazenda Cedro, todas pertencentes ao Dantas.
Em relação ao episódio da jornada de abril, na fazenda Espírito Santo, o que de fato aconteceu?
Desde a ocupação da fazenda Maria Bonita, em 25 de julho de 2008, tivemos três reuniões com o Instituto de Terras do Pará [Iterpa] e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária [Incra]. Pedimos as vistorias, mas todas as tentativas que o MST e esses órgãos fizeram não foram aceitas pelo grupo Santa Bárbara, portanto, continua esse impasse. Por meio de seus advogados a empresa agropecuária vem afirmando que vai até o fim para tirar os trabalhadores dos acampamentos, “dentro dos limites do Estado de Direito”, dizem.
O agravante foi uma reunião, no dia 6 de abril, em Marabá [PA], convocada pela subcomissão mista de agricultura, presidida pela senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura [CNA] Kátia Abreu [DEM-TO] e com a presença de parlamentares, como o deputado estadual Asdrúbal Bentes [PMDB], Giovani Queiróz [PDT-PA] e o senador Flexa Ribeiro [PSDB-PA]. Eles criticaram a morosidade do Estado em cumprir as liminares de reintegração de posse e, evocando a violência de classe, afirmaram que, se elas não fossem agilizadas, os fazendeiros e proprietários deveriam se armar, constituir milícias e desocupar pela força as fazendas e que eles fariam a defesa dos fazendeiros.
Mais de 500 grandes fazendeiros da região estiveram nessa reunião. No dia 18 de abril, começaram a executar esse plano e para isso construíram uma grande cilada. Então, isso faz parte da filosofia que está se estruturando no sul e sudeste do Pará: eles reivindicam a força policial do Estado para o despejo e, diante da negativa, colocam em marcha uma ofensiva armada.
De janeiro para cá, foram 21 ocupações coordenadas pelo MST, Federação dos Trabalhadores da Agricultura [Fetagri] e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar [Fetraf] e outros grupos espontâneos [os posseiros]. Isso ocorre porque a grave crise social, econômica e ambiental que vive a região não se resolve nem com o modelo agrário baseado no latifúndio e nem o modelo mineral da Vale. A única saída é a reforma agrária. Do nosso ponto de vista, há uma tendência de agudização da tensão social, pois de um lado está a defesa de um modelo que inviabiliza a sociedade e, do outro lado, os trabalhadores que buscam outras saídas.
E como se deu o ataque das milícias?
Na jornada de abril, decidimos concentrar forças em duas atividades. Uma na “curva do S” [onde ocorreu o Massacre de Eldorado do Carajás] e outra na capital. Em momento algum decidimos ocupar latifúndios ou sedes de fazendas. Nossa avaliação é que havia uma pretensão por parte da Santa Bárbara, uma espécie de plano para criar um fato que pressionasse o Estado a fazer o despejo. Isso porque a juíza de Marabá declarou que pediria a reintegração de posse, mas que não havia nenhuma excepcionalidade no caso e que havia uma fila de outras 43 reintegrações para fazer antes.
Então, eles tentaram criar uma situação em que a única saída fosse o despejo das famílias. Dessa forma, o plano foi bem montado: alugaram um avião em Belém, em nome do grupo Santa Bárbara, convocaram os jornalistas da região e desceram na pista da própria fazenda. Ali emboscaram os trabalhadores, que recuaram. Um deles, porém, ficou nas mãos dos seguranças da fazenda. Os outros foram pedir ajuda aos acampamentos vizinhos e decidiram ir buscar o trabalhador que estava preso pelos seguranças. Foi aí que houve o ataque.
Houve, então, uma tentativa de massacre? Como está o estado de saúde dos sem terra atingidos?
Nossa constatação é que as milícias e jagunços tinham ordem de executar um massacre. Quando os trabalhadores se deram conta que os seguranças estavam com armamento pesado e atirando, recuaram e oito ainda se feriram, dois ficaram em estado grave. Um companheiro levou um tiro na barriga que perfurou o pulmão e o baço; uma outra bala ficou alojada no coração. Passou por cirurgia e está se recuperando. Outro companheiro, de aproximadamente 60 anos, levou dois tiros na boca, um na barriga, um na coxa e outro na canela. Também já está se recuperando. Os outros foram atingidos por estilhaços e passam bem, estão em seus acampamentos e assentamentos já.
No depoimento que deu a polícia, o jornalista da afiliada da TV Globo desmentiu a versão dada pela própria emissora. Como você avalia a cobertura da grande imprensa sobre o ocorrido?
O discurso da imprensa – a TV Liberal, Diário do Pará e outros –, a partir desse fato, é de que os trabalhadores teriam provocado o conflito e colocado sob cárcere privado todos os jornalistas. Agora, porém, já está claro que houve uma tentativa de criminalizar, com apoio da grande imprensa, o acampamento e o MST. O depoimento do jornalista mostra que foi produzido um fato que não existiu para criminalizar o MST a nível nacional, tirando a credibilidade da ação dos trabalhadores.
Mais uma vez fica clara a tentativa de criminalização, pela grande imprensa, das nossas ações, para desqualificar a própria reivindicação da reforma agrária. Foi a empresa de segurança que manteve três trabalhadores em cárcere privado. Tivemos que fazer uma retirada do local para que mais trabalhadores não fossem atingidos pela chuva de balas, como íamos manter jornalistas, gerente e seguranças presos? É uma grande mentira nacionalizada pelos meios de comunicação para provocar uma reação contrária aos apoiadores da reforma agrária.
O Pará é o Estado com maior índice de violência do país. Como isso se relaciona com o modelo de desenvolvimento adotado para a região?
O Pará é um Estado de barbárie social. Dos 7 milhões de habitantes, 4 vivem abaixo da linha da pobreza. Como se explica que uma área tão rica em recursos naturais possa produzir uma desigualdade dessas? Isso explica a natureza do conflito. Hoje, o modelo de desenvolvimento econômico lá atua em uma grandes frentes. A da agropecuária, que utiliza a terra para criação de gado. Há o triplo de cabeça de gado em relação ao número de habitantes. Há a frente da madeira, responsável por boa parte dos desmatamentos; a frente mineral, que gera uma massa de trabalhadores atingidos por projetos nessa área, desalojando trabalhadores assentados, indígenas e quilombolas. Há ainda a frente da biodiversidade, com os que se apropriam das riquezas natureza da floresta.
A natureza do conflito está na escolha desse modelo que utiliza fortemente os recursos naturais da região para uma elite e em detrimento do povo e dos trabalhadores da região. E sempre que os trabalhadores reagem, a resposta é a violência, seja pelo uso da repressão do Estado por meio da ação policial – há dois dias [esta entrevista foi concedida em 28 de abril] foram presos 18 militantes que ocuparam o canteiro de obra da hidrelétrica de Tucuruí –, seja pela cooptação dos movimentos e suas lideranças, destituindo a pauta de reivindicação dos trabalhadores, ou ainda – a mais perigosa – com a eliminação física dos militantes e dirigentes desses movimentos. A reação do capital é essa e está colocada na conjuntura da região.
Nos últimos 30 anos, foram assassinados 832 trabalhadores no campo paraense. Há uma verdadeira guerra civil no Estado em que só uma parte tem perdido e tem sido os trabalhadores. O Estado não produziu nenhuma condenação satisfatória desses assassinatos. Há uma cultura da violência e um apelo à violência de classe como meio de manutenção dos interesses do grande capital e da burguesia agrária e conservadora da região.
Qual projeto alternativo do MST e outros movimentos do campo para a região?
Exercer soberania popular sobre os recursos da região. Aí está o epicentro da disputa. Essas riquezas devem servir aos interesses do povo. Mas para isso temos que combater três elementos que estão articulados: primeiro, o imperialismo ambiental, que expolia os recursos naturais. A segunda tarefa é desalienar a sociedade que está cooptada e embrutecida por esse modelo de desenvolvimento. Terceiro: nos próprios movimentos, desmistificar a ideologia do desenvolvimento auto-sustentável que, na prática, dá tudo às transnacionais, e para a sociedade local prega o uso controlado e regulado. Em contrapartida, propomos usar os recursos naturais da região a favor dos interesses do povo. Esse modelo não viabiliza a sociedade, mas apenas o lucro e o capitalismo. Queremos construir uma plataforma em que o povo seja guardião da floresta, da terra e da biodiversidade. Essa é nossa luta na região, ainda que tenhamos que enfrentar a violência.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aluno leva revólver para a escola e é ferido em disparo acidental no AM


Revólver disparou acidentalmente quando aluno mostrava-a para amigos.
Em depoimento, garoto disse que levou a arma para a aula para 'se exibir'.

Tahiane Stochero Do G1, em São Paulo

A Polícia Civil de Manaus investiga um tiro acidental registrado na tarde de quarta-feira (1) dentro da Escola Estadual Antônio Nunes Jimenes, no bairro Zumbi 2, em Manaus, no Amazonas. Segundo a assessoria de imprensa da polícia, um garoto de 16 anos levou um revólver calibre 38 para a escola e, durante a aula, quando mostrava a arma para amigos, atirou contra si mesmo. Ele afirma que o disparo foi de forma acidental.

O tiro atingiu a perna do estudante, que está internado no Hospital João Lúcio, em Manaus. Ele foi submetido a uma cirurgia e não corre risco de morte. O garoto prestou depoimento a um delegado da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais, que apura o caso.

Em depoimento, segundo a Polícia Civil, o garoto disse que não pretendia atirar nem matar ninguém na escola, mas que levou a arma apenas para “se exibir” com colegas. Segundo o estudante, a arma pertence a um amigo, que pediu para que guardasse. O proprietário do revólver ainda não foi localizado.

O garoto levou a arma para a aula escondida em uma mochila.

A Secretaria de Estado de Educação informou que a polícia está apurando o caso.
 

CONHEÇAM O MAIS BELO TRECHO DA ROTA TURÍSTICA BELÉM-BRAGANÇA

Olá pessoal, nesta postagem lhe convido a conhecer o mais belo trecho da rota turística Belém-Bragança/PA (na minha opinião) que vai entre o...